Então, o suspense acabou. E o tratamento começa

suspense2

Entãuuuuuuuummmm,  como dizem os queridos paulistas. Hoje veio o resultado da segunda biópsia, feita semana passada. Positiva para o velho e conhecido linfoma do manto. Até que enfim saímos do muro, ufa. Logo eu, que não sou tucana nem Humpty-Dumpty. Ainda dá pra falar que tucano fica em cima do muro? Sei lá.

www-memrise-comMas… previously, in Diário do Manto. Depois de quatro anos do transplante, uma tomografia de rotina, em junho, apontou linfonodomegalia – linfonodos ou gânglios muito aumentados – em dois pontos: na cervical e na raiz do mesentério, lááá no baixo abdômen.  Que saco etc e tal – fomos um petscan, que confirmou; e para a biópsia do primeiro, no pescoço, muito mais acessível. Surpresa: a patologia deu negativo para linfoma. Refizemos em outro laboratório. Negativo. Não fazia nenhum sentido, porque o petscan tinha cravado lá o tal SUV (standardized uptake value) alto, um número bem indicativo de tumor maligno. Oi? Oi? Comassim? Não trocaram as amostras, não erraram, não perderam, até onde sabemos.

Ah-há, pensaram vocês. O cirurgião tinha deixado o nódulo lá.

Três meses depois, outro petscan. Pasmem: o pescocinho estava apagado, limpo, normal. O gracinha do Rafael Zdanovski, cirurgião de cabeça e pescoço, tinha tirado tudo sim. [Na verdade, a gente já sabia que havia saído tudo: há testemunhas na sala de cirurgia.] O bicho da barriga permanecia lá, mas exatamente do mesmo tamanho. Não tinha avançado nada, nem se espalhado.

A decisão foi fazer uma nova biópsia, guiada por tomógrafo para alcançar o troço certinho sem risco. Fiz, como disse lá em cima, na quarta – outro médico gracinha, aliás, zents, o Daniel Kanaan. O resultado veio hoje, junto com a consulta marcada. Fim do Previously.

Agora vamos em frente, folks. Minha querida oncologista Monica Schaum vai dividir as considerações e caminhos do tratamento com o onco e hematologista Alexandre Palladino, que já tem pacientes usando o novo remédio, Ibrutinib, ou Imbruvica. Indicado especificamente para manto, em terceira linha (segunda recidiva, como é o caso aqui). É um super avanço. Pela especificidade, pela comodidade – é oral, ou seja, tomado em casa, ou em Salvador, ou em Nova York, de preferência. Paris também serve. E tem efeitos colaterais muito menos penosos. Não vou ficar careca, tá?

grapefruit2

Nanani-nanão!

Curiosidade – quem toma esse remedinho não pode de jeito nenhum consumir grapefruit. Por quê? Sei lá. Alguma química do grapefruit não dá certo com esse remédio. Parece que não é a única droga desses anticâncer orais que engripa com a tal fruta, me disse Miss Schaum.

O Ibrutinib custa caaaaaaro mas o plano cobre, já que está aprovado pela ANS desde há poucos meses. Mais uma vez, sortuda paracaráleo, eu. Continuarmos nossa programação normal de trabalho, academia, mais trabalho, seriados, um pouquinho de trabalho, renovando a série para mais uma temporada. Muitas.

Sobre lucianamedeiros

Luciana: Carioca, jornalista, safra de 1961, uma filha, muitos amigos. Mora no Rio.
Esse post foi publicado em Uncategorized. Bookmark o link permanente.

Deixe um comentário